O poder do cinco – Os Cinco Pilares Da
Culinária Japonesa
Assim como na China o número cinco tem uma grande importância na cultura japonesa, estendendo-se inclusive à sua rica e tradicional culinária tradicional. Alguns dos seus conceitos básicos estão em vigor há séculos e quando temos a oportunidade de conhecer o “Poder do Cinco”, assim como os seus “Cinco Pilares”, temos a chance de experimentar o melhor que a gastronomia Japonesa nos pode oferecer.
Assim como na China o número cinco tem uma grande importância na cultura japonesa, estendendo-se inclusive à sua rica e tradicional culinária tradicional. Alguns dos seus conceitos básicos estão em vigor há séculos e quando temos a oportunidade de conhecer o “Poder do Cinco”, assim como os seus “Cinco Pilares”, temos a chance de experimentar o melhor que a gastronomia Japonesa nos pode oferecer.
1. Os Cinco Sentidos
O alimento deve ser apreciado através de
todos os cinco sentidos. O paladar e olfato são muito importantes, mas na gastronomia
japonesa, a visão também exerce um papel fundamental. Os utensílios
utilizados, a apresentação da comida e a forma como ela é servida faz parte do
ritual gastronómico, instigando o paladar e aumentando o prazer na hora da
degustação.
O tato também é importante, não só a
textura do alimento em si, mas também para a louça, que precisa ter uma textura
adequada ao toque das mãos. E, por fim a audição, que deve estar atenta ao
orquestrado som promovido pelos alimentos, sendo saboreados ou até mesmo
preparados. Por este motivo constatamos que a culinária japonesa tem o dom
de testar nossos cinco sentidos.
2. As Cinco Cores
Na culinária percebemos a
prevalência de cinco cores – branco, preto, vermelho, verde e amarelo. Essas
cinco cores tem influência do budismo e pode ser visto nas arquiteturas dos
templos, cerâmicas e artes. Ao incluir estas cinco cores em cada refeição
estaremos aumentando seu valor nutricional além de favorecer o prazer visual de
cada prato.
Em um obentô comum, por exemplo, podemos
ver o arroz branco coberto com sementes pretas de gergelim e um umeboshi vermelho, além de uma porção amarela de tamagoyaki (omelete) e legumes e vegetais verdes. Esta consciência
sobre a importância das cores dos alimentos ajudam-nos a ter uma refeição
equilibrada, com vitaminas e minerais adequadas ao organismo.
3. Os Cinco Sabores
Salgado, doce, azedo, amargo e … umami.
Sim, além dos quatro sabores básicos que conhecemos bem, temos ainda o Umami, o
quinto sabor do nosso paladar. Umami vem da palavra japonesa umai,
que significa delicioso e se refere aos alimentos que contem glutamato tais
como carnes, peixes, laticínios e legumes. Este “novo” sabor foi descoberto
pelo cientista Kikunae Ikeda no início do século 20.
O Umami (旨味) possui um gosto residual suave mas
duradouro. Na verdade trata-se de um sabor difícil de descrever. Ele induz a
salivação e uma sensação aveludada na língua; pode estimular a garganta, o
palato e a parte de trás da boca. Sozinho, o Umami não é saboroso, mas torna
agradável uma grande variedade de alimentos, especialmente na presença de um
aroma correspondente.
4. As Cinco Maneiras
A preparação dos pratos também é
importante, e aqui, também existem cinco métodos: cru, cozido, frito, cozido no
vapor e assados ou grelhados. A culinária Kaiseki faz
uso destas várias formas de preparação, que quando somadas fazem com que a experiência
gastronómica se torne completa.
Neste tipo de refeição, podemos
experimentar alimentos de diferentes sabores e texturas, incluindo alimentos
crus como sashimi e sopas como misoshiru ou tonjiru. Também
experimentamos algo mais substancial como o tempurá com sua textura crocante, seguido de algum tipo de
peixe ou carne grelhada. Temos também o tradicional arroz branco, o tsukemono e legumes cozidos no vapor.
5. As Cinco Atitudes
Na doutrina budista observamos
a prevalência de cinco atitudes básicas durante a degustação de uma refeição,
sendo observadas especialmente em relação à culinária vegetariana servida nos
templos. Foram criadas por Soei Yoneda, autor do livro “Good Food from a
Japanese Temple”, e foram transformadas em uma prece de gratidão antes da
partilha de alimentos nos templos Zen Budistas:
1 – Eu reflito sobre o trabalho realizado
até esta comida chegar a mim;
2 – Eu reflito sobre minhas imperfeições, sobre se eu sou merecedor desta refeição.
3 – Que a minha mente esteja livre do egoísmo e da ganância ao saborear esta refeição.
4 – Eu reflito que este alimento é um remédio eficaz para manter a saúde do meu corpo.
2 – Eu reflito sobre minhas imperfeições, sobre se eu sou merecedor desta refeição.
3 – Que a minha mente esteja livre do egoísmo e da ganância ao saborear esta refeição.
4 – Eu reflito que este alimento é um remédio eficaz para manter a saúde do meu corpo.
5 – Eu aceito este alimento para que eu
possa cumprir a minha tarefa de iluminação.
Fonte: Savory Japan
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